Finais
de campeonatos e a psicologia esportiva
Presenciamos
no ultimo fim de semana as finais de campeonatos, e nos surpreendemos
com alguns resultados, e mesmo com desempenho de atletas, fatos
inusitados e confusões. Vemos assim que a cabeça dos jogadores
conta muito nesses momentos, e que uma fração de segundo põe todo
o campeonato em jogo. Isso se deu principalmente no campeonato
catarinense, em que o Joinville levou um gol do Figueirense em
questão de 10 segundos de jogo, por começar a partida de forma
apática ou catatônica. Presenciei meu pai indignado com o fato,
haja vista que ele era torcedor do JEC nos seus tempos áureos,
quando o time até agradava. Nesse ressurgimento e veio a decepção.
Não fosse essa apatia psicológica, teria no empate ganhado o
campeonato catarinense. Já no paulista e carioca, vimos o mesmo tom.
Um gol em final de partida, ou mesmo em disputa de pênaltis, leva a
um abalo que leva o atleta a desistir da batalha, e isso mentalmente,
em seu inconsciente.
Quando
vemos um time como o Ituano, que por mérito legítimo chegou a final
do campeonato paulista, sabemos que ainda existe democracia. O
esporte reflete muito o que é a sociedade brasileira. Mesmo árbitros
em erros óbvios, e assistentes técnicos (bandeirinhas), nos mostram
essa crise ética. Um gol feito após impedimento não marcado, ou
mesmo em suposta irregularidade (do Flamengo), mostra bem esse viés
do futebol brasileiro. Mesmo que o campeonato carioca parece ser um
de poucos times de importância, que nem se compara ao paulista, esse
cheio de clássicos (derby). Mas o Ituano veio com a vantagem, e
mesmo com o Pelé apoiando o Santos, não restou outra coisa do que
imperar a justiça de vencer o melhor, e o time de Itu era melhor.
Isso quebra a barreira de um imperialismo paulista, que antes
colocava nos grandes o sorteio da vitória, e que agora mostra a
crise do futebol subdesenvolvido que presenciamos em nossos
campeonatos.
Com
relação a psicologia esportiva, o momento dos pênaltis é crucial.
Chutar a bola com demasiada potência, ou mesmo na trave, mostra bem
a crise interna do batedor. Ocorre o fenômeno do “pensar demais”,
ou overthinking, e daí o atleta acaba perdendo o pênalti ou
batendo de forma estranha. Isso vemos também quando o atleta leva o
problema pessoal par dentro de campo, e perde rendimento. Isso de
perder pênaltis vemos muito em craques. Se eu fosse fazer a lista de
batedores, não usaria o craque. Percebo que tamanha a pressão
psicológica que o mesmo tem a fazer gol, este acaba entrando numa
crise interna. Melhor deixar que jogadores mais estratégicos batam.
Também vemos que a ansiedade é muita, e que a pressão de uma final
acaba por construir um conflito interno nos jogadores. Assim eles tem
o medo de perder, o que poderia acarretar na perda financeira e de
futuro de vida. Vimos, por outro lado, jogadores do Ituano tendo
oportunidades de alavancar a carreira, e assim mostrarem o dom
esportivo.
Outro
fator que perturba atletas atualmente é essa vida de artista a fama.
Isso não ocorreu com os jogadores de Itu, haja vista virem com
talento e a coragem, sem aquela cobrança histórica que tem outras
equipes, como Palmeiras, Santos, São Paulo e outras. A fama gera uma
carreira paralela, que desvia a energia do atleta. Sabemos que uns
lidam bem como isso, como Cristiano Ronaldo, mas outros nem tanto. Há
jogadores que com a fama se entregam a festas e demasiada atividade
que não o esporte, e assim perdem o dom de jogar como dantes
jogavam. Pilotam melhor um carro esportivo de milhões ou iate, do
que conduzem a bola. Assim vemos nos antigos jogadores aquele afinco
que os levava a batalha para o campo. Não comparamos certos
jogadores no passado, que era verdadeiros gênios da bola, e que
tristemente não tiveram todo o dinheiro que jogadores atuais
possuem. Mas sabemos que a psicologia esportiva leva a saber lidar
com essas questões e pensar corretamente, e que em fração de
segundo se perde um campeonato, como com o Joinville, e que um time
pequeno pode avançar até a taça, quando sabe ser a disputa de um
mero jogo de futebol, e não de fama. Que os times grandes invistam
em verdadeiros jogadores de futebol, e não apenas em artistas.
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