GÊNIOS SÃO GÊNIOS
Escrevi sobre genialidade em minha obra Reflexões Gerais, e lá eu
disse que não é apenas inteligência, mas um dom. Chamei de “exceção da exceção”
e encontrar a “verdadeira natureza”. Assim são pessoas especiais, como Pelé,
Garrincha e tentos outros gênios da bola. Lembramos de várias copas e seus
gênios, como os dois Ronaldinhos, Romário, Bebeto, Branco, e até mesmo Dunga,
que liderava o time de dentro de campo. Mesmo Denilson, goleiro como Taffarel,
e muitos são lembrados pelo seu talento, que em momentos decisivos virou um
jogo ao contrário, salvou uma partida ou fez um gol decisivo. O que vale é que
mesmo em momento de crise um gênio não perde a genialidade, e mesmo que um
Messi ou um Kaká estejam meio de jejum, sabemos que logo vem suas jogadas
extraordinárias. E por isso talvez Kaká mereça ainda estar na seleção.
Uma
crítica sempre feita pelas pessoas é em vista a vida pessoal dos jogadores. Acho
uma bobagem, uma vez que jogando bem em campo, não vejo o porquê de jogadores
deverem ter uma vida sacerdotal fora do campo. Lembro da vida de Sócrates, e de
tantos gênios, que fora de campo tinham suas aventura e sabiam curtir a vida,
mas dentro de campo cumpriam seu papel. Soube mais na entrevista de “César
Maluco”, que passou esses dias na TV (Band Sports), de modo que ele falou na
vida de jogador, e nas aventuras em “boates”. Porém disse que no palmeiras
nunca foi vaiado, e sempre cumpriu seu papel em campo. Isso que importa, uma
vez que observamos em últimas Copas do Mundo uma série de condenações pela vida
pessoas dos jogadores, quando o que faltou, no caso de perderem, era jogar bem.
E gênios são gênios, sei que jogarão no momento certo. O problema é que jogador
perdeu um pouco da humildade, e no dizer de César Maluco, virou artista. Nas
antigas o jogador era já marginalizado, chamado de bandido e outras coisas, e
hoje vira ídolo quase de cinema. Isso me lembra a filosofia de Nietzsche, que
fala em transmutação dos valores, e vemos assim uma mudança de valores,
restando que volte aquele espetáculo em campo, para que possamos ter um
espírito dionisíaco também na torcida, vendo um time jogar bem.
E
há gênio para certa jogada. Geralmente as pessoas apenas pensam no atacante, e
vem alguém como Messi, Neymar ou Cristiano Ronaldo, porém vemos a importância
de batedores de falta, o que está faltando. Vejo jogos de campeonatos europeus,
brasileiro e percebo essa deficiência. Depois de Riquelme, e mesmo Marcelinho
Carioca, ou o goleiro Rogério Ceni, percebo que nada surgiu com esse dom. Ainda
Cristiano Ronaldo bate bem na bola nesse sentido, mas do mais não temos jogador
com o dom. Na seleção brasileira não sei quem escalaria para a função. Lembro
do “pé de anjo”, Marcelinho, decidindo várias partidas pelo Corinthians em uma
falta. Acho que seria uma boa arma para um time, uma “arte da guerra”
eficiente. Outra posição sobremaneira importante é a do goleiro. Vencemos a
copa de 1994 numa defesa de pênalti. Lembro do goleiro Dida como um defensor de
pênaltis. Falando no assunto, não deixaria craque bater pênalti, acho que é uma
função que não se enquadra bem em figuras como Messi, Cristiano Ronaldo e
outros. Bons batedores são os zagueiros e goleiros.
Shopenhauer
fala no “gênio da espécie”, e mesmo Kant falava em categorias, outros tantos
falavam num ideal, e assim percebemos que no mundo da bola também há essa busca
de perfeição. Sabemos que um jogar desse pode mudar todo o rumo de uma partida,
apesar que presenciamos meio uma crise no futebol. Não se compara ao tempo de
Pelé, onde parece que existia uma fábrica de gênios. Parece que cada momento
histórico produz seus gênios da bola, umas épocas mais, outras menos. Vemos que
nessa Copa de 2014 observaremos talvez gênios surgirem de outras equipes, como
um Honda da seleção do Japão, e outros, de modo que assim renovamos nossos
conceitos sobre o tema. E observei em copas passadas mais a totalidade do jogo,
o esquema, como um fator mais importante que craques. Uma Suécia cobrando
escanteio era na época um perigo, e defesas bem armadas também seguravam jogos.
Resta então as seleções europeias como as mais focadas em esquemas táticos, e
assim sendo grandes potências. Mas novos gênios aparecerão, e os antigos não
deixarão de ser, uma vez que gênio é gênio, é a sua natureza e por isso
nasceram, por isso deixam suas marcas de estrelas da bola. Desejo que Kaká seja
um desses, e que surja essa oportunidade, mesmo numa posição de pouco destaque,
como a de um Ramires, que já vem sendo um dos melhores jogadores, pela raça.
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