Reflexões
pré-copa e previsão sobre as oitavas de final
Nas vésperas da Copa do Mundo de 2014,
vemos uma visão positiva sobre o nosso futebol e comparações com seleções
anteriores, apesar de que não vejo que a Copa das Confederações seja padrão de
comparação. Já falei que assim procede Felipão, filosoficamente, ao notarmos
seu poder essencialista: “Penso: logo o time existe”. Também que pouco se fala
do fiasco da Copa de 2010, e de muitos jogadores que lá estava, voltarem na
presente competição. Ademais, não é difícil de fazer uma previsão sobre quais
times estarão nas oitavas de final, apesar de a ordem de primeiro e segundo nas
chaves talvez ainda ser uma incógnita. Também nos leva a crer em uma “mais valia”,
naquilo que a seleção e todos lucram, exceto o povo trabalhador, o que resulta
nas manifestações.
Mas é com sofrimento que uma árvore cresce,
já lembrava pensador alemão Friedrich Nietzsche. E o que não mata deixa mais
forte. Se a seleção perdeu as últimas Copas do Mundo, talvez seja para que renasça
das cinzas e feito fênix mitológica alcance a plenitude. Claro que a nossa
esperança reside na crise de outras grandes seleções, e em craques não renderem
tanto nelas, como já ocorreu com Cristiano Ronaldo na de Portugal e Messi na da
Argentina. Isso sem falar em perdas de atletas em outras grandes seleções, por
lesões e motivos que os tirem de campo. Surge porém uma forte Bélgica e uma
Alemanha que ainda tem um esquema muito bem organizado, independente de perdas
de atletas.
Sobre quem será os adversários na fase
eliminatória, ou nas oitavas, já se faz um prognóstico, colocando-se as grandes
lá. Pois a fase de grupos ficou tranquila, exceto o grupo chamado da morte, que
envolve Chile-Espanha-Holanda. A Espanha de base Barcelona, a Holanda com sua
força tática de sempre, e o Chile com seus talentos individuais. Essa trindade
de Grupo B parece que pode nos revelar algo ainda hermético. No mais tenho
algumas exceções para quem chega nas oitavas. Retirando as seleções africanas,
uma vez que lá vejo futebol desorganizado, apesar de grandes talentos, e
colocando uma seleção oriental nas oitavas.
Vimos na pré-copa uma série de comparações, em especial com
Marcelo, haja vista sua participação brilhante na final com Real Madrid. Porém o
jogador é reserva do time e quem joga em sua posição é Coentrão. Compararam
Marcelo com Roberto Carlos, apesar de eu não ver um estilo de jogo parecido, e
nem com Branco, outro que fizeram um paralelo. Roberto Carlos era pura força
física, e potente chute, já o Marcelo tem mais drible e corrida. Já Branco era
bom em armação e cobrança de falta. Afinal, não temos bom cobrador na seleção,
talvez ficando Hulk nesse papel. Do mais não se vê comparação de Neymar com
Romário, e nem com Ronaldo fenômeno, uma vez que estes dois últimos eram gênios
e constantes, marcadores de gol mesmo.
Já nas oitavas de final podemos seguir a presente tabela:
Brasil
|
X Holanda
|
Japão
|
X Itália
|
França
|
X Bósnia
|
Alemanha
|
X Rússia
|
Espanha
|
X México
|
Inglaterra
|
X Colômbia
|
Argentina
|
X Equador
|
Bélgica
|
X Portugal
|
Dessa minha predição, desse oráculo, coloquei a seleção do
Japão, que já teve ótima apresentação na última Copa, e as oriundas de URSS, no
seu comunismo futebolístico, e ainda nas latinoamericanas, que agora
compensariam o fiasco da Copa de 2010. De resto pode apenas ficar a ordem
trocada. Coloquei Japão pela escola de Zico por aquelas terras e de seu futebol
de velocidade e ataque. O mesmo se pode dizer da Rússia, que já revela bons
craques e que tem certa regularidade. A Bósnia pode ser uma surpresa, mas não
vejo nas seleções africanas ainda uma evolução de esquema tático, haja vista
jogarem muito soltos e sendo fracos na marcação. O futebol pós-moderno é tático
e de marcação, não mais de meros talentos individuais. Assim haverá surpresas, não apenas ficando na
promessa, uma vez que o futebol vem tendo transformações, numa verdadeira
aporia ou ideia sem saída. O mundo platônico não vale tanto no campo, mas vem
sim um materialismo desfalcar as esperanças.
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