Democracia
e liberalismo
no
futebol brasileiro
Vemos
os times catarinenses subindo na Série B do Campeonato Brasileiro e
assim percebemos a igualdade de possibilidade na conquista de uma
vaga para o acesso a Série A. De curioso é o time do Joinville, que
era muito bom nos tempos que meu pai era jovem e morava ainda na
maior cidade de Santa Catarina. Também vemos por outro lado, o Timão
ou Corinthians ainda entre os primeiros, mesmo sem ter um time de
grandes estrelas, como antes ocorria, quando tinha o Fenômeno, Pato
e outros. Isso prova o liberalismo e a democracia no futebol
brasileiro.
Vemos
no mundo a tendência a ainda se respeitar o esporte chamado futebol,
apesar da Indústria Cultural que nos envolve, bem como a
massificação que acaba por desfragmentar o torcedor. A liberdade
ainda é a tônica, e times que antes estavam quase comunitários e
regionais, ganham cada vez mais seu espaço na mídia nacional. O
Joinville pode ser um deles. Talvez muitos conheçam o futebol
catarinense pelo futsal, que lançou timões e grandes jogadores,
como Falcão, e assim agora possam conhecer também o que surge em
futebol de campo, bem como essa cidade linda que é Joinville.
Uma
liberdade de ir, vir e permanecer. Bem como um utilitarismo, onde
apenas o que é realmente reconhecido acaba por ter destaque. O
futebol nacional, após aquele fiasco da Copa do Mundo, volta a
respirar, e até a Seleção ganha alguns jogos, como a recente
vitória contra a Argentina. Também a liberdade de ser jogador e não
ser acusado ou mal falado, como ocorria nos anos de 60, 70. Hoje a
liberdade fala que se pode ser atleta, que o esporte vale a pena e
que tudo isso apesar de envolto na Indústria Cultural, ainda mantém
um ideal de amizade e companheirismo. É o chamado Fair Play. Cada um
tem seu direito a discutir e a buscar a reclamação, em verdadeira
voz popular. Assim se vê torcida tirando técnico, apoiando jogador
e por fim apoiando seu time.
Tanto
a democracia, quanto o liberalismo, mesmo sendo doutrinas de primeiro
mundo, acabam por influir em nosso esporte. Diferente da tendência à
esquerda que vemos na política nacional, onde foi reeleita de modo
apertado a Presidente da República, no esporte ainda se prefere a
liberdade a igualdade. Doutro modo todos os times seriam iguais, em
comunismo fútil de oportunidade e sem qualquer destaque. Resta que
conciliemos não apenas norte e sul do país, sem divisão, mas que o
esporte nos ensine que mesmo um time antes desacreditado, como o JEC
(Joinville) pode ganhar destaque nacionalmente, e mostrar seu talento
com a bola. E agora torcer pelo time faz do joinvilense alguém
satisfeito com sua cidade e esporte, numa verdadeira democracia de
campeonato.